#UX/UI.02 — Nesse texto, você pode começar a aprender sobre personas.

Giovana Dias
8 min readNov 12, 2020

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Olá, leitor!

Ao ler isso, você está prestes a ter uma ótima introdução do que são as personas usadas na construção da experiência do usuário e em diversos outros momentos e profissões (e, acredite, as personas são úteis para MUITAS profissões meeeeesmo!)

Um bom ponto à reforçar aqui é que você está prestes a ler algo que pode te ajudar a começar a aprender sobre as personas, uma introdução.

E, para você se preparar, seguem os tópicos desse artigo um pouco extenso:

  • O que são as personas e sua importância.
  • Proto-persona e persona: relações e diferenças.
  • De onde tiramos os dados para criar nossa persona?
  • E quando a persona não é o suficiente para empatizar?

E…

Bora lá, o que são as personas?

Ilustração que contém uma tela de computador onde há uma mulher e algumas linhas que representam suas características.
Atribuição: <a href=”https://stories.freepik.com/web">Illustration by Freepik Stories</a>

As personas são ferramentas importantíssimas utilizadas em várias profissões, incluindo o design de experiência, que podem nos ajudar a entender o comportamento da pessoa à quem nós estamos atendendo. Com uma persona, podemos descobrir mais sobre os sentimentos, os objetivos, as frustrações, as habilidades e várias outras características do nosso usuário.

A persona é apresentada na forma de um personagem fictício criado por nós através de dados reais, levantados em diversas pesquisas com usuários reais. (não, nós não imaginamos que o nosso usuário é o Tony Stark ou o Obi-Wan!)

Logo, a persona é um personagem fictício criado para representar um grupo de pessoas reais e, por esse motivo, tem as características e os dados dessas pessoas representadas.

Além disso, as personas podem ser ótimos instrumentos para influenciar a parte estratégica do seu sistema, produto ou serviço, já que ajudam a definir quem é o público final que deve ser atingido e quais são as características dele que podem nos ajudar a atingi-lo.

Sendo assim, as equipes se beneficiam muito da criação de personas bem estruturadas em diversos quesitos. Perguntas como as citadas abaixo podem ser respondidas de formas muito mais rápidas e com mais qualidade quando nos baseamos em uma persona.

  • Será que o Carlos está familiarizado com essa forma de interação?
  • Será que a Emily entenderia que essa frase não se refere à ela, mas sim à empresa em que ela trabalha?
  • Será que a Carla, que trabalha em local com muita iluminação solar, enxergaria bem essas cores na tela do celular dela?
  • Será que essa funcionalidade realmente vai ser utilizada pelo José, ou ela só parece legal para nós que tivemos a ideia?

Como já mencionado nessa mesma parte do artigo, as personas são baseadas em dados reais. Mas, quando buscamos por esses dados, algo deve nos dar uma base do que buscar e de onde buscar. E, por isso e por outros motivos, antes da finalização da persona, pode existir uma outra ferramenta relacionada: a proto-persona.

A proto-persona como antecessora dos dados.

Ilustração de uma mulher procurando em uma pasta vazia
Atribuição: <a href=”https://stories.freepik.com/data">Illustration by Freepik Stories</a>

As proto-personas antecedem as personas sendo uma versão menos validada destas. Com as proto-personas, nós temos o nosso personagem se baseando na nossa intuição ou nos dados já existentes sobre ele que, em alguns casos, podem ser muito rasos para serem usados em uma persona final.

A proto-persona pode nos servir de dois principais modos: ela pode ser o nosso guia para a busca de informações para a persona final, ou pode ser uma solução temporária, sendo utilizada ao não haver tempo ou verba para as pesquisas necessárias para a criação de uma persona.

Por mais que a proto-persona seja uma forma de termos algo para nos basear enquanto ainda não temos uma persona, o que é melhor do que não nos basearmos em nada, é muito importante sempre termos claro que, com as nossas suposições e hipóteses acerca da proto-persona, nós não temos de fato um material completo e sustentável para guiar as nossas escolhas de forma assertiva de verdade. Quanto mais os nossos dados se basearem no nosso usuário de verdade e não em nossas suposições sobre ele, mais a nossa persona será assertiva. E, por isso, é importante manter a proto-persona como algo temporário, apenas até a chegada da persona final, com dados reais.

E cadê esses dados?

Ilustração de duas pessoas conversando, uma de frente para a outra, sentadas em poltronas, e  uma das pessoas faz anotações
Atribuição: <a href=”https://stories.freepik.com/work">Illustration by Freepik Stories</a>

Antes de tudo, um objetivo!

Os dados necessários para a criação da nossa persona podem ser colhidos de diversas maneiras, mas para essa pesquisa precisamos definir os nossos objetivos.

Listando o que ainda não sabemos ou o que somente supomos, podemos ter um levantamento do que precisamos buscar para essa persona, como:

  • Rotina da persona
  • Profissão e escolaridade
  • Valores morais
  • Pessoas que são inspirações da persona
  • Motivações e dificuldades
  • Frase que geralmente fala
  • Características físicas

E, com esse levantamento feito, a descoberta dos dados acaba se tornando mais assertiva.

Como já mencionado, a persona se baseia em dados dos nossos usuários reais. Logo, são eles quem nos fornecerão esses dados e são eles o nosso foco de pesquisa.

Essa pesquisa pode ser realizada a partir de ferramentas qualitativas e quantitativas, como entrevistas, grupos de foco, formulários, diários de uso e muitas outras.

As pesquisas quantitativas, sozinhas, podem não ser tão verdadeiras em relação ao comportamento quanto as qualitativas, mas elas podem nos dar uma visão métrica em maior escala e nos mostrar se os dados qualitativos observados possuem o mesmo sentido ao serem apresentados para várias outras pessoas. Por esse e outros motivos, a combinação de pesquisas qualitativas, em que focamos na qualidade das respostas e em novas descobertas, com as pesquisas quantitativas, em que focamos em métricas e números, é uma ótima opção para a descoberta dos dados que vão embasar a nossa persona.

Uma opção para a descoberta de alguns dados sobre os usuários pode ser também as pesquisas demográficas, em que encontramos dados em sites como o IBGE, mas é importante ressaltar que essa pesquisa não é tão recomendada, uma vez que o uso de dados demográficos na nossa persona pode trazer suposições baseadas no pré-conceito existente acerca de determinadas demografias. Além disso, por mais que alguns dados demográficos estejam disponíveis de forma aberta em alguns sites, eles não se referem necessariamente ao nosso usuário e sim à uma população mais generalizada.

Depois de realizar suas pesquisas e descobrir os dados que faltavam para você basear o seu personagem fictício em um usuário real, você tem a sua persona e pode começar a utilizar ela como base para o seu projeto!

Mas e se eu não conseguir empatizar com ela?

Ilustração de uma mulher estressada e cansada em frente ao computador
Atribuição: <a href=”https://stories.freepik.com/people">Illustration by Freepik Stories</a>

Um dos objetivos da persona é te aproximar de quem é o seu usuário e te ajudar a tomar decisões focando nele. Por isso, é muito importante que consigamos criar empatia com essa persona e que consigamos pensar nela como o nosso usuário.

Porém, em alguns casos, apenas a descoberta dos dados que formam a nossa persona não é o suficiente para que nós ou o nosso time consigamos empatizar com essa persona.

Nesses casos, uma ferramenta muito importante pode nos ajudar: o Mapa de Empatia.

Imagem de um canvas de mapa de empatia, com um desenho de um rosto no centro dele e todos os quadrantes divididos

O mapa de empatia nos ajuda a organizar em 4 quadrantes os principais aspectos do dia a dia da nossa persona: as coisas que ele pensa, as coisas que ele vê, as coisas que ele fala e faz e, por fim, as coisas que ele escuta. Depois disso, temos dois quadrantes finais para organizarmos as dores e os ganhos dessa persona.

Com esse mapa, podemos nos aprofundar ainda mais no nosso usuário, passando a perceber aspectos que não percebíamos antes sobre a sua individualidade, criando uma empatia com ele e tornando essa persona, com suas características próprias, o centro do nosso trabalho.

Bônus: 3 dicas não citadas anteriormente.

Eba! Que legal que você leu até aqui :)

Tão legal, que aí vão algumas dicas que não citei anteriormente — não porque eu não quis, mas porque não encontrei um contexto melhor ao longo do texto — e que podem ser bem importantes na construção da sua persona:

  • É muito importante evitar utilizar nomes e características marcantes de personagens, celebridades ou de pessoas próximas à você. Isso porque, ao fazê-lo, podemos confundir nossas percepções acerca da persona com as nossas percepções acerca da pessoa que possui esse nome ou essas características marcantes. (Se eu uso, por exemplo, o nome “Beyoncé” na minha persona, uma parte de mim vai estar pensando nela como rainha do pop!)
  • Evitar criar muitas personas é essencial. É claro que, em alguns casos, precisaremos de mais de uma persona, mas o uso de personas demais pode confundir os nossos objetivos. Por isso, é recomendado a criação do menor número de personas possíveis, e é preferível a estipulação de, no máximo, cinco personas no projeto.
  • Personas não são entregáveis. “Gi, eu trabalho com UX e meu chefe não me atribuiu a tarefa de criar uma persona…”, bem, o seu chefe não precisa te atribuir a tarefa de criar a sua persona para que você comece a sua criação. Uma persona é um recurso que, entre outras coisas, vai te ajudar e ajudar o seu time a criar com mais qualidade… logo, não precisa ser necessariamente um entregável ao chefe ou cliente — ela pode apenas ficar no seu local de trabalho para te guiar nas suas melhores decisões e ser compartilhada com o time para guiar as decisões de todos. É claro que, para a criação de uma persona bem estruturada, é preciso tempo e recursos e, se for o caso de isso não existir no momento, ter uma proto-persona é melhor do não ter nada para se basear. Mas, se você tiver a oportunidade de conseguir um tempo para focar nas descobertas dessa persona e compartilhar ela com o resto da equipe, isso é ótimo!

E, por aqui, finalizamos esse artigo. Com um agradecimento especial ao Andre Emidio que, em uma conversa rápida de tarde, me incentivou a não parar de escrever por aqui. Valeu, André!

Valeu, pessoal!

Até a próxima :)

Imagem de uma mulher saindo pela porta com um balão de fala escrito “tchau!”

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Giovana Dias

UX e UI designer apaixonada por aprender e ensinar, por literatura e por gatos. Escrevendo aqui em 3 categorias: #Eventos #UX/UI #SemRótulo